A música é uma força singular, capaz de transcender tempo e espaço, evocar lembranças e despertar emoções profundas. Vai além de simplesmente ritmo, harmonia e melodia; é uma linguagem universal que ressoa dentro de nós de maneiras misteriosas. Como algo tão intangível pode ter um impacto tão profundo em todos nós? Os sons da natureza, como o canto dos pássaros ou o fluxo de um rio, podem ser agradáveis aos ouvidos, mas não são música em si, embora possam inspirar composições que se aproximam da perfeição melódica.
A música, como mencionado anteriormente, transcende a mera definição de ritmo, harmonia e melodia agradável ao ouvido. Ela abrange uma organização temporal de sons e silêncios, e é a arte de coordenar e transmitir efeitos sonoros que são esteticamente válidos. Essa expressão artística e cultural de um povo em determinada época ou região serve como um veículo para expressar sentimentos profundos. Ao longo dos séculos, a música evoluiu para abranger uma ampla gama de gêneros, incluindo música sacra, erudita, popular e tradicional, cada um com seus próprios subgêneros e estilos distintos.
Platão e Aristóteles, filósofos notáveis da antiguidade, dedicaram atenção especial aos efeitos da música na sociedade. Em seu trabalho “A República”, Platão delineou o tipo de música ideal para o homem virtuoso, enfatizando sua influência na formação moral e ética das pessoas. Ele acreditava que a música tinha o poder de moldar o caráter humano para o bem ou para o mal, dependendo de como era utilizada. Para Platão, a música metafísica refletia a harmonia do universo, sendo uma expressão suprema de beleza que deveria espelhar a harmonia da alma e da vida.
Por outro lado, Aristóteles desenvolveu sua teoria mimética, considerando a arte como uma imitação do mundo real. Ele argumentou que os modos gregos da música influenciavam diretamente as emoções e características psicológicas dos ouvintes, demonstrando assim a profunda ligação entre música e experiência humana.
Também na antiguidade, a crença na origem divina da música permeava diversas culturas. De acordo com a Bíblia, a música foi concebida por Deus, como evidenciado nos versículos de Jó 38:1,7; Isaías 14:12; e Ezequiel 28:12-15. Antes mesmo da criação do homem, os anjos já possuíam o dom da música, louvando e adorando a Deus. No entanto, a queda de Lúcifer, mencionada em Isaías, retrata como o Diabo, então um anjo celestial, era o regente desses músicos celestiais. Essa narrativa bíblica ressalta a importância e a influência transcendental da música desde os primórdios da existência.
A música desempenhava um papel importante em muitas passagens bíblicas, sendo frequentemente associada à adoração a Deus e ao fortalecimento espiritual. Um exemplo é encontrado na história do rei Saul, onde a música tem um efeito terapêutico sobre ele. Segundo os relatos bíblicos, Davi, um talentoso músico, foi chamado à corte de Saul para tocar sua harpa e acalmar o rei, que estava angustiado por um espírito maligno. A música de Davi tinha o poder de aliviar a aflição de Saul, demonstrando assim o potencial curativo e tranquilizador da música. Além disso, a Bíblia também relata como Miriam, irmã de Moisés, liderou as mulheres de Israel em uma dança e cântico de louvor após a travessia do Mar Vermelho, celebrando a libertação do povo hebreu da escravidão egípcia. Esse evento destaca como a música foi usada não apenas como uma expressão de adoração, mas também como uma forma de celebrar e relembrar os feitos poderosos de Deus na história de seu povo.
A música exerce um profundo impacto em nossas emoções, como já observado pelos antigos filósofos gregos. De acordo com a ciência, ela ativa diferentes áreas do nosso cérebro, incluindo o córtex, a amígdala, o cerebelo e o hipocampo, influenciando positivamente o humor, a atenção, a concentração e a memória. Esses efeitos benéficos são comprovados por estudos científicos e amplamente observados na prática da musicoterapia, onde os pacientes apresentam um progresso significativo em suas sessões, além de uma melhora na expressão emocional e nas sensações corporais.
Além disso, o simples ato de ouvir ou tocar música pode ter impactos físicos, melhorando as frequências cardíacas, respiratórias e a pressão arterial em pacientes com doença arterial coronária. Nos transtornos neurológicos, como ansiedade, depressão e isolamento, a música tem se mostrado uma ferramenta eficaz, aliviando sintomas e promovendo uma sensação de bem-estar e conexão com os outros.
A música é um elemento tão intrínseco à nossa existência que está presente desde os sons da natureza até as composições complexas das grandes metrópoles. Seus benefícios para a saúde são amplamente reconhecidos, e sua influência transcende fronteiras culturais e geográficas, alcançando até mesmo as civilizações mais isoladas.
No entanto, mesmo diante de toda a sua ubiquidade e impacto, a música continua a nos envolver em mistério. É um dom que parece transcender a mera criação humana, conectando-nos a algo maior, algo divino. Pode-se questionar se a música é realmente apenas uma invenção humana ou se há algo mais profundo e transcendental por trás de sua essência.
Assim, ficamos diante de um enigma fascinante: o que leva o ser humano a criar música? E, mais fundamentalmente, o que realmente define a música? Talvez seja essa própria ambiguidade e mistério que tornem a música tão poderosa e cativante, nos instigando a continuar explorando suas nuances e significados enquanto continuamos nossa jornada na busca pela compreensão do mundo e de nós mesmos.
Bibliografia:
Referência: GUIAME. A Música na Bíblia. 2014. Disponível em: https://guiame.com.br/musica/nacional/a-musica-na-biblia.html. Acesso em: 26 fev. 2024.
Referência: LAURA AIDAR. Toda Matéria. História da Música. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/historia-da-musica/. Acesso em: 26 fev. 2024.
Referência: REJANE AMARAL DE SOUSA. Psicologiaviva Blog. Musicoterapia: O que é, benefícios, como a música pode mudar sua vida. 2018. Disponível em: https://blog.psicologiaviva.com.br/musicoterapia/. Acesso em: 26 fev. 2024.
Referência: SIGNIFICADOS, Enciclopédia. O que é Música:. Disponível em: https://www.significados.com.br/musica/. Acesso em: 26 fev. 2024.
Referência: TRIBUZY, Angelo. Os Filósofos da Música. 2021. Disponível em: https://www.aoredor.blog.br/post/os-fil%C3%B3sofos-da-m%C3%BAsica. Acesso em: 26 fev. 2024.
Escrito com ajuda do ChatGPT e imagem feita no Playground AI.