História e Geografia do bairro de Realengo

Realengo é um bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, um elo entre história e modernidade. Marcado por sua trajetória desde das matas virgens até os dias atuais, Realengo é um vibrante bairro carioca. Com a Cachoeira do Barata no Parque Estadual da Pedra Branca como testemunha, o bairro abraça uma harmonia entre a natureza e o cotidiano urbano. Além de sua rica história, Realengo destaca-se por padarias, farmácias, supermercados, pequenos comércios e igrejas que enriquecem a experiência local. 

Geografia e infraestrutura: 

Realengo, localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, entre o Maciço da Pedra Branca e a Serra do Mendanha, é uma parte fascinante da história carioca. Fica próximo a bairros como Bangu, Padre Miguel, Senador Camará, Jacarepaguá, Taquara, Magalhães Bastos, Vila Militar, Jardim Sulacap, Ricardo de Albuquerque, Parque Anchieta e o município de Nilópolis.

A natureza em Realengo inclui áreas preservadas da Mata Atlântica em locais militares, serra e campos. Em 17 de outubro de 2009, a subsede Piraquara do Parque Estadual da Pedra Branca foi inaugurada na Serra do Barata, antiga propriedade da família Fernandes Barata.

O bairro possui uma boa infraestrutura, com cerca de 27 instituições médicas, 30 escolas e 12 instituições de ensino superior. O Hospital Estadual Albert Schweitzer destaca-se no atendimento a uma população estimada de 700.000 habitantes, junto com duas Unidades de Pronto Atendimento 24 horas e a Casa de Parto David Capistrano Filho. Realengo abriga duas instituições particulares de ensino superior e uma federal, com a Universidade Castelo Branco e as Faculdades São José marcando presença.

Uma pesquisa do Instituto Pereira Passos revela a existência de 52 praças públicas, oferecendo espaços para lazer e celebrações em Realengo.

Etimologia e história:

O nome "Realengo" na cultura popular do bairro tem origem em "Real Engenho", mas sua história remete aos "Terras Realengas". Documentos históricos confirmam que essas terras destinavam-se à serventia pública e à pastagem do gado, conforme estabelecido pela carta régia de 27 de junho de 1814. Nessa carta, as Terras Realengas foram concedidas ao Senado da Câmara do Rio de Janeiro para pastagem de gado bovino, com proibição de venda ou alienação.

No contexto histórico, o Rio de Janeiro tornou-se a capital do Império Português em 1808, devido às Guerras Napoleônicas na Europa. Essa mudança transformou o Rio de Janeiro na sede do governo português e do Império, mantendo-se assim até a independência do Brasil em 1822.

Entre 1810 e 1830, globalmente ocorreram grandes eventos como a independência de nações latino-americanas, as Guerras Napoleônicas na Europa, a expansão do Império Britânico na Ásia e a independência do Brasil em 1822.

Assim, alguns anos antes da independência, o povoado de Realengo foi delimitado pelo Senado da Câmara do Rio de Janeiro, desrespeitando a proibição de alienação das Terras Realengas. Baseando-se na portaria de 20 de novembro de 1815 do príncipe regente Dom João, conhecida como aviso régio, Realengo foi oficializado em 20 de novembro de 1815.

Os primeiros habitantes de Realengo, escravos e imigrantes portugueses da ilha dos Açores, chegaram dedicando-se à agricultura e produzindo açúcar, rapadura e álcool. Apesar de não haver engenhos em Realengo, a cana-de-açúcar era processada em engenhos de outros bairros. A Fazenda Piraquara, adquirida pelos irmãos Manoel e João Fernandes Barata, tornou-se um ponto produtivo na região. 

A Estrada Real de Santa Cruz, hoje Avenidas Marechal Fontenelle e Santa Cruz, teve um papel crucial. Em 1878, a Estação de Realengo impulsionou o crescimento e entre a estação e a Escola Militar, um hangar histórico viu os primeiros dirigíveis brasileiros ganharem os céus.

No cenário global a partir de 1850, durante o reinado de Dom Pedro II, enquanto a Guerra da Crimeia (1853-1856) na Europa introduzia novas tecnologias militares, aconteciam mudanças políticas e sociais, incluindo a unificação da Itália e da Alemanha. Nos Estados Unidos, ocorreu a expansão territorial notável com a corrida do ouro na Califórnia e a admissão de novos estados.

O movimento abolicionista ganhou força globalmente, levando à abolição da escravidão em partes do mundo, como no Império Britânico (1833), nos Estados Unidos (1865) e no Brasil (1888).

A Revolução Industrial continuou a moldar a produção e a sociedade, acompanhada por várias revoluções e movimentos sociais. Além disso, o Japão iniciou a Era Meiji (1868-1912), buscando modernização e a ocidentalização.

Entretanto, o bairro de Realengo ganhou um ponto estratégico com a criação do Campo de Marte, conhecido como Praça do Canhão, um marco importante. Após a Proclamação da República, surgiram instalações como: 

  • O 1º Batalhão de Engenheiros em 1897;
  • A fábrica de cartuchos, fundada em 1898 e desativada em 1977;
  • E a Escola de Guerra em 1911. 

A ocupação militar e industrial transformou a paisagem, resultando em conjuntos habitacionais para a população de baixa renda, militares e operários e novos sub-bairros surgiram como Barata, Vila Itambi, Piraquara, Jardim Novo Realengo, Jardim Água Branca e Batan. Após o declínio das instituições militares, o comércio retraiu, mas Realengo continuou a evoluir. 

O bairro ganhou destaque nacional com a canção "Aquele Abraço" de Gilberto Gil, referente ao período da Ditadura Militar em que ele ficou preso nas prisões militares em Realengo.

No entanto, o bairro continuou a se expandir e atrair novos moradores, assumindo uma aparência predominantemente residencial. Um exemplo notável é a transformação do prédio da antiga fábrica de cartuchos, que desde 2004 abriga a primeira unidade da Zona Oeste do Colégio Pedro II. O bairro também conta com diversas instituições de ensino, incluindo a Universidade Castelo Branco, Faculdade São José e o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), desempenhando um papel essencial na educação. 

Infelizmente, Realengo vivenciou tragédias, como o Massacre de 2011 na Escola Municipal Tasso da Silveira, que teve impacto nacional e internacional.

Assim, Realengo, situado entre o Maciço da Pedra Branca e a Serra do Mendanha, não é apenas um distrito histórico, mas um bairro resiliente que abraça o passado enquanto se adapta ao presente. À medida que traçamos suas linhas evolutivas, vemos não apenas uma narrativa marcada pelos Campos Realengos e pela Ditadura Militar, mas também um presente dinâmico.

A Cachoeira do Barata, no Parque Estadual da Pedra Branca, é uma testemunha silenciosa da natureza que persiste em meio à urbanização. Este enclave natural, junto à paisagem residencial, contribui para a singularidade de Realengo, oferecendo uma paleta diversificada de experiências.

Hoje, o bairro abraça sua natureza residencial, com a conveniência de padarias, supermercados e pequenos comércios que se misturam ao cotidiano. Ao longo das ruas, igrejas também marcam presença, refletindo a diversidade cultural e religiosa da comunidade.

Realengo é mais do que uma página histórica; é um lugar em constante transformação, onde a natureza se encontra com as demandas modernas. A junção dos elementos, seja as áreas verdes, as casas, os comércios locais ou as igrejas, continua a fortalecer os laços comunitários e a moldar um futuro que celebra a convivência e o crescimento sustentável.


Bibliografia:


Referência: WIKIPÉDIA. Realengo (Rio de Janeiro): bairro do município do rio de janeiro no brasil. bairro do município do Rio de Janeiro no Brasil. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Realengo_(Rio_de_Janeiro). Acesso em: 12 jan. 2024.


Referência: CARLA ARAUJO. Multirio. Realengo: educação e cultura na Zona Oeste. 2014. Disponível em: https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/reportagens/3089-realengo-educa%C3%A7%C3%A3o-e-cultura-na-zona-oeste. Acesso em: 12 jan. 2024.


Referência: GOOGLE MAPS. Realengo Rio de Janeiro. Disponível em: https://www.google.com/maps/place/Realengo,+Rio+de+Janeiro+-+RJ/@-22.8785591,-43.4379253,12z/data=!4m6!3m5!1s0x9961d6352b312f:0xdbcc937520fa83fc!8m2!3d-22.8786524!4d-43.4285172!16s%2Fm%2F02qh8yz?source=lnms. Acesso em: 06 dez. 2024.


Escrito com auxílio do ChatGPT.