A Segunda Guerra Mundial de uma Maneira Diferente: Homenagem aos soldados brasileiros

E ouvireis de guerras e de rumores de guerras… Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino. 

Mateus 24:6-7 

A guerra é um massacre entre gente que não se conhece para proveito de pessoas que se conhecem, mas não se massacram. 

Paul Valéry 

Nos idos de 1939 a 1945, houve um tempo sombrio, onde nações se ergueram em lados opostos, um véu cobriu a Terra, trazendo consigo a Segunda Guerra Mundial. Naquela dança caótica, nações do globo se dividiram em dois grupos, como se fossem forças opostas da natureza. De um lado, os Aliados buscavam um raio de esperança; do outro, o Eixo teceu suas teias de estratégia. 

Ah, essa guerra! Uma teia tecida com mais de 100 milhões de soldados, um enxame de seres humanos prontos para o embate. Foi um conflito que transcendia fronteiras, que se infiltrava nos cantos mais distantes da vida cotidiana.

Em um estado que chamaram de "guerra total", barreiras caíram, distinções se esvaneceram. Fábricas se tornaram forjas de destruição, cientistas trabalharam no fio da navalha entre a salvação e a perdição. A linha que separava o civil e o militar se apagou, como se a sociedade inteira estivesse agora entrelaçada em um destino comum.

Mas entre as sombras, a escuridão se destacou. Ataques atingiram não apenas os soldados no campo de batalha, mas também os inocentes, os não combatentes. Um dos capítulos mais sombrios da história, o Holocausto, deixou uma cicatriz no tempo. E então, uma nova era sombria foi inaugurada, quando as armas nucleares se mostraram sua terrível eficácia, e o mundo conheceu o medo.

E em meio a essa dança de conflito, o Brasil, embora não fosse uma estrela no centro do palco, teceu sua própria história.

Os brasileiros, valentes guerreiros, se uniram aos Aliados, um grupo de nações que compartilhava a mesma luta contra o nazismo e o fascismo. 

E, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) alçou voo até a Itália. Eles eram poucos em número, mas sua bravura se destacava. Batalha após batalha, eles mostraram que o tamanho não limita a coragem, ganhando respeito e honra em seus passos. 

Era mais do que soldados no front. O Brasil enviou recursos, ofereceu apoio logístico, uma ajuda fundamental. A terra de riquezas naturais também se tornou um aliado valioso. 

O mundo observou enquanto os brasileiros escreviam um capítulo na história. O país não era um ator principal, mas sua presença era sentida. 

No mundo, as contagens de vidas perdidas se amontoaram, números que pareciam insondáveis. Entre 50 e mais de 70 milhões de almas se extinguiram, uma estatística de tristeza que ressoa na memória da humanidade.

E assim, a Segunda Guerra Mundial deixou suas marcas, uma narrativa triste e assombrosa que perdura em nossa história.

Contexto Histórico:

 Nos anos sombrios que antecederam a Segunda Guerra Mundial, um clima de tensão e incerteza varreu o mundo. Em 1939, os principais protagonistas desse conflito global começaram a se posicionar. De um lado, o Eixo, liderado pela Alemanha nazista de Adolf Hitler, encontrava alianças na Itália fascista de Benito Mussolini e no Império Japonês expansionista. Do outro, os Aliados formavam uma teia de nações, incluindo o Reino Unido, liderado por Winston Churchill, a União Soviética sob Joseph Stalin e, mais tarde, a participação dos Estados Unidos de Franklin D. Roosevelt. Os eventos que culminaram na invasão da Polônia pela Alemanha em setembro de 1939 desencadearam a guerra e mergulharam o mundo em um conflito devastador, com nações de todas as partes do globo envolvidas em uma luta que mudaria o curso da história. 

Brasil na Guerra: 

Nos primeiros tempos da Segunda Guerra Mundial, o Brasil estava longe do tumulto das batalhas, mantendo-se neutro. Mas tudo mudou em 1942, quando submarinos alemães atacaram nossos navios, deixando a nação em alerta. A paciência se esgotou quando o navio brasileiro "Baependi" foi afundado em agosto, acendendo uma chama de indignação. O povo, unido, levantou sua voz em defesa da honra do país. A bravura dos brasileiros fez com que o Brasil se juntasse aos Aliados, marcando o início de uma jornada em busca de justiça e liberdade. 

Com essa escolha, o Brasil se colocou no mapa da resistência contra as forças sombrias que ameaçavam a paz global. Essa decisão não apenas simbolizou a postura corajosa do país, mas também demonstrou sua solidariedade aos povos que ansiavam por um mundo livre das garras do totalitarismo.

A Força Expedicionária Brasileira escreveu uma página de coragem e dedicação durante a Campanha da Itália na Segunda Guerra Mundial. Esses bravos soldados brasileiros enfrentaram desafios imensos nas montanhas geladas e campos de batalha italianos. Com uma determinação inabalável, eles se destacaram em batalhas cruciais, como na conquista de Monte Castello. 

Nesse cenário emerge o feito épico de três soldados brasileiros: Arlindo Lúcio da Silva, Geraldo Rodrigues de Souza e Geraldo Baêta da Cruz, pertencentes ao 11º Regimento de Infantaria Expedicionário. Eles escreveram um capítulo de bravura contra as adversidades da guerra, enfrentando um batalhão inimigo com destemor e ação resoluta. 


Arlindo Lúcio da Silva, nascido de humildes origens em 12 de fevereiro de 1920, já havia enfrentado desafios em sua trajetória. Órfão de pai, foi criado pela mãe e teve de assumir responsabilidades precocemente. Movido pelo desejo de servir à pátria, alistou-se voluntariamente no Exército, onde demonstrou obediência inabalável e um senso exemplar de disciplina. Sua atitude, marcada pela dedicação à família e ao país, o levou a uma jornada de sacrifício. 

Geraldo Rodrigues de Souza, nascido em 1919, e Geraldo Baêta da Cruz, nascido em 21 de julho de 1916, eram igualmente soldados simples, cujas histórias se cruzaram com a de Arlindo nos campos de batalha na Itália. 

O momento culminante ocorreu em 14 de abril de 1945, quando esses três brasileiros enfrentaram uma força inimiga muito superior, durante o ataque a Montese. Em meio ao ribombar dos canhões e ao roncar das metralhadoras, eles se mantiveram firmes, sem hesitação. Arlindo, em um gesto audacioso, levantou-se e despejou seis carregadores de munição sobre a resistência inimiga, obrigando-a a silenciar. Rodrigues e Baêta atiraram incansavelmente, enfrentando um adversário numeroso.  

O combate feroz resultou em um silêncio repentino, que testemunhou a coragem suprema desses três heróis. Arlindo foi atingido mortalmente por um atirador inimigo, enquanto Rodrigues e Baêta foram feridos. Os três, com seus fuzis em punho, descansaram no solo, demonstrando que enfrentaram a morte iminente com destemor.

Diante da grandiosidade do feito dos três soldados brasileiros, Arlindo Lúcio da Silva, Geraldo Rodrigues de Souza, e Geraldo Baêta da Cruz, os alemães, mesmo como adversários, prestaram homenagem ao sacrifício e à coragem incontestável que testemunharam.

O comandante alemão reconheceu a demonstração de bravura, uma coragem que ultrapassou as barreiras do conflito. Deixando de lado orgulhos e diferenças, o comandante ordenou que suas tropas cavassem três covas e, com pedaços de madeira, o comandante alemão improvisou uma cruz e nela escreveu as palavras: "DREI BRASILIANISCHE HELDEN", traduzindo-se como "TRÊS HERÓIS BRASILEIROS". Foi um gesto que ecoou a grandeza do ato que ele próprio testemunhou, reconhecendo a coragem que uniu os soldados em meio à batalha. 

Essa foi a história de Arlindo, Geraldo Rodrigues, e Geraldo Baêta, escrita com tinta de sacrifício e coragem. 

A batalha continuou e no dia 21 de fevereiro de 1945, após intensos combates, os soldados brasileiros alcançaram o topo do Monte Castello, contribuindo para abrir caminho para a retomada do território italiano dos nazistas. 

O sucesso da FEB na tomada de Monte Castello não apenas evidenciou a tenacidade e a valentia dos soldados brasileiros, mas também ganhou reconhecimento internacional pela habilidade e comprometimento demonstrados. A coragem inabalável da FEB durante batalhas cruciais e a superação das adversidades criaram um legado de respeito e admiração por parte das nações aliadas. A atuação destemida e o sacrifício dos pracinhas brasileiros contribuíram de maneira significativa para a vitória dos Aliados e para a manutenção dos valores democráticos e humanitários no pós-guerra. 

Conquistas e Reconhecimento: 

Os italianos reconheceram a ajuda do Brasil na Segunda Guerra Mundial com gratidão e respeito. A atuação da FEB na Campanha da Itália foi marcada por coragem e dedicação, e os soldados brasileiros conquistaram a admiração dos italianos e de outros aliados. A população italiana acolheu os soldados brasileiros com simpatia e reconhecimento, demonstrando gratidão pelas contribuições nas batalhas em solo italiano. A participação brasileira na guerra fortaleceu os laços entre os dois países e criou um sentimento de solidariedade e amizade duradoura. O monumento em Monte Castello, erguido em homenagem à atuação da FEB, é um símbolo do reconhecimento italiano pela ajuda do Brasil durante aquele período, além de músicas e canções que enaltecem a coragem e contribuição dos soldados brasileiros na Campanha da Itália. 

Lá no dia 21 de fevereiro é considerado o "Dia dos Pracinhas" em homenagem aos soldados brasileiros que lutaram na Campanha da Itália durante a Segunda Guerra Mundial. É uma ocasião de reflexão e gratidão pela contribuição dos brasileiros na história da Itália durante esse período.

Fim da Guerra e Legado: 

E assim foi, com a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, o mundo experimentou um alívio coletivo, enquanto os brasileiros emergiam de seu papel no conflito com uma posição reforçada no cenário internacional. A coragem e determinação da Força Expedicionária Brasileira durante a Campanha da Itália, incluindo a heroica tomada de Monte Castello, ecoaram além das fronteiras nacionais, solidificando o país como um defensor dos valores democráticos e da justiça.

No entanto, o término da guerra não trouxe imediatamente os reconhecimentos e benefícios merecidos aos veteranos brasileiros. As Associações de Ex-Combatentes surgiram como faróis de apoio social e reivindicação de direitos, dada a falta de planejamento das autoridades militares para a reintegração dos veteranos à sociedade. Disputas políticas internas marcaram essas associações, exemplificando desafios que seriam enfrentados pela sociedade e pelas Forças Armadas brasileiras nas décadas seguintes.

Foi apenas em 1988 que uma pensão aos veteranos brasileiros da Segunda Guerra foi finalmente concedida, marcando uma vitória tardia para aqueles que haviam servido com bravura. 

A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial não apenas solidificou sua posição no cenário internacional, mas também gerou impactos internos e desafios a serem superados. O legado da coragem e dedicação dos soldados da FEB perdura até hoje, lembrando-nos da importância de reconhecer e honrar aqueles que se sacrificaram em prol da liberdade e da justiça. 

E, ao olharmos para os monumentos: Aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro; Dos Expedicionários em São Paulo; e Monumento ao Soldado Desconhecido em Brasília, na Praça dos Três Poderes Lembramos de um capítulo crucial da história brasileira, marcado pela bravura, pelo comprometimento, pela busca incessante por reconhecimento, e dignidade.


Bibliografia: 

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Referência: BRASIL. EXÉRCITO BRASILEIRO. Livro FEB 75 ANOS. Imagem da capa. Disponível em: https://www.calameo.com/exercito-brasileiro/books/001238206caf633a1d52b. Acesso em: 27 ago. 2023.

Referência: MUSEUS DO RIO. Museus da Capital: monumento nacional aos mortos da segunda guerra mundial. Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial. Imagem. Disponível em: https://www.museusdorio.com.br/site/index.php/museus-cidade-do-rio/area-de-planejamento-1/item/36-monumento-nacional-aos-mortos-da-segunda-guerra-mundial. Acesso em: 27 ago. 2023.

Escrito com auxílio do Chat GPT da OpenAi.